Pirâmide no Egito - 1999

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Os Manuscritos do Mar Morto

Qumram, Israel

... pois guardaram a tua palavra e observaram a tua aliança.  Dt 33.9


Os Manuscritos do Mar Morto foram casualmente descobertos por um grupo de pastores de cabras, que em busca de um de seus animais localizou, em 1947, a primeira das cavernas com jarros cerâmicos contendo os rolos. Inicialmente os pastores tentaram sem sucesso vender o material em Belém. Mais tarde, foram vendidos para Athanasius Samuel, bispo do mosteiro ortodoxo sírio São Marcos em Jerusalém, e para Eleazar Sukenik, da Universidade Hebraica, em dois lotes distintos. Atualmente estão expostos no Museu do Livro, em Israel.

O Museu do Livro tem o formato da tampa do vaso em que os Manuscritos foram achados


A coleção completa foi descoberta entre 1947 e 1956 em um total de 11 cavernas próximo de Qumran, uma fortaleza a noroeste do Mar Morto, em Israel. Estima-se que foram escritos entre o século II a.C. e 70 d.C., ano da invasão de Jerusalém pelos romanos. A Gruta 4 revelou-se a mais importante de todas. Do seu interior foram recolhidos no mínimo 15.000 fragmentos perfazendo 584 textos, destes 127 seriam bíblicos e o restante culturais.


Os Manuscritos do Mar Morto formam uma coleção de cerca de 930 documentos escritos  em Hebraico, Aramaico e grego. A maior parte deles consiste em pergaminhos, uma pequena parcela de papiros, e um manuscrito gravado em cobre. Foram recompostos 800 escritos dentre os vários milhares de fragmentos, mas quase nenhum desses documentos estava completo. Há fragmentos de todos os livros do Antigo Testamento (exceto o de Ester), de outros livros judeus não canônicos (textos apócrifos - alguns já eram conhecidos,outros não), e uma vasta documentação, inédita, sobre o período em que foram escritos. Esta documentação revelou aspectos desconhecidos do contexto político e religioso nos tempos do nascimento do Cristianismo. Continha regras de comunidade, filactérios, calendários, e outros assuntos, e foi classificada como Literatura de Qumram .



Os livros bíblicos mais populares em Qumran eram os Salmos (36 exemplares), Deuteronômio (29 exemplares) e Isaías (21 exemplares). Foi encontrado o livro inteiro de Isaías. Trata-se de uma peça com 7 metros de comprimento, escrito em aramaico, hoje exposto no Museu do Livro, em Israel. Vale a pena fazer uma visita virtual ao Museu no link abaixo:

http://www.imj.org.il/panavision/shrine_inter_eng.html

O Professor Julio Trebolle Barrera, membro da equipe internacional de editores dos Rolos do Mar Morto, declarou: "O Rolo de Isaías [de Qumran] fornece prova irrefutável de que a transmissão do texto bíblico, durante um período de mais de mil anos pelas mãos de copistas judeus, foi extremamente fiel e cuidadosa."


O Rolo de Isaías exposto no Museu do Livro
Descobriu-se que os textos bíblicos eram mil anos mais antigos que os registros do Velho Testamento conhecidos até então. Até o descobrimento dos textos do Qumran, os manuscritos mais antigos que se conhecia em língua hebraica eram dos séculos IX-X d.C.  O Codex Babilonicus Metropolitanus (imagens abaixo), produzido 1400 anos depois de o Antigo Testamento ter sido completado, era a cópia mais antiga em Hebraico antes dos manuscritos do Mar Morto,  mas havia a suspeita de que neles haviam sido acrescentadas ou modificadas palavras ou frases dos originais, consideradas incomômodas. Com os novos descobrimentos comprovou-se que os textos encontrados coincidiam, e que as poucas diferenças  apresentadas, eram,  na sua maioria, já  testemunhadas pela versão grega chamada “Septuaginta” ou pelo Pentateuco Samaritano (os samaritanos aceitam apenas o Pentateuco como sagrado). Ou seja, Deus protegeu milagrosamente a integridade do texto.





Outros vários documentos contribuíram para demonstrar que havia uma maneira de interpretar as Escrituras (e as normas legais) diferente da que era habitual entre os saduceus e os fariseus.



A autoria dos documentos é até hoje desconhecida. Com base em referências cruzadas com outros documentos históricos, ela é atribuída aos essênios, uma seita judaica que viveu na região da descoberta e guarda semelhanças com as práticas identificadas nos textos encontradas. O termo "essênio", no entanto, não é encontrado nenhuma vez nos manuscritos. O que se sabe é que a comunidade de Qumram era formada provavelmente por homens, que viviam voluntariamente no deserto, em uma rotina de rigorosos hábitos, opunham-se à religiosidade sacerdotal e esperavam a vinda de um messias.

A Universidade da Califórnia criou um projeto interessante de visualização dos costumes dessa comunidade (The Qumram Visualization Project) recriando em três dimensões a região onde os manuscritos foram achados. Pode ser acessado através do link abaixo:


Dr Rodrigo Silva (Evidências II, DVD 1-A Bíblia e os Manuscritos do Mar Morto)  explica porque foi demorado o processo de catalogação: Os manuscritos foram desenrolados, separados com pinças, e submetidos a delicado e complexo trabalho de limpeza que exigia bastante perícia e soluções muitíssimo caras, para, em seguida, classificá-los por grupos e começar o lento trabalho de montagem do quebra-cabeça que daria forma ao texto original. Visto que faltavam muitas partes, algumas vezes era praticamente impossível reconstuir o parágrafo ou até mesmo o texto inteiro, embora estivessem agrupados pela cor do pergaminho ou pelo formato da letra. E conclui: Nenhum texto encontrado desabonou o texto bíblico que conhecemos, pelo contrário, confirmou. Esta preservação prova que a Bíblia foi milagrosamente preservada e é a inerrante Palavra de Deus!







Fragmento digitalizado






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