Pirâmide no Egito - 1999

domingo, 25 de julho de 2010

Sobre Arqueologia

"A Tua Palavra é muito pura, por isso o teu servo a ama" Salmo 119.140

Nenhum livro da história da humanidade produziu um efeito tão revolucionário, exerceu uma influência tão decisiva e teve uma difusão tão universal como o 'Livro dos livros', a Bíblia. Ela foi traduzida e publicada mais do que qualquer outro livro.

Dentre os seus escritos, o mais traduzido é o Evangelho de Marcos, talvez por ser o mais curto dos quatro Evangelhos e trazer um relato cheio de ação da vida e ensinamentos de Jesus. Marcos está disponível em cerca de 900 idiomas (fonte: SBB).

O documento mais antigo que traz um trecho da Bíblia é um fragmento encontrado próximo da costa do mar Morto em Israel. Escrito em torno de 225 a.C., a passagem é de um dos livros de Samuel, que faz parte do Antigo Testamento.

O texto mais antigo do Novo Testamento é um pedaço do Evangelho de João (Papiro P52), escrito em torno de 125 d.C.. O fragmento contém partes de João 18.31-33, incluindo a pergunta de Pilatos a Jesus: “Você é o rei dos judeus?” (SBB). Atualmente encontra-se exposto na Biblioteca de John Rylands, Manchester, Reino Unido. É mostrado na imagem abaixo:






A palavra arqueologia vem de duas palavras gregas, archaios e logos, que significam literalmente “um estudo das coisas antigas”.

O Dr. Milton Torres, professor de Arqueologia Bíblica da Faculdade Adventista da Bahia, Ph.D. em Arqueologia Clássica pela Universidade do Texas, em Austin (EUA), explica que "a arqueologia surgiu, a princípio, como um conjunto de crônicas escritas por homens excêntricos acerca de suas descobertas sobre o passado. Mas logo esses homens descobriram que era possível analisar o estilo dos artefatos e propor esquemas classificatórios para eles. Descobriram também que a estratigrafia (disposição dos artefatos nas trincheiras cavadas para descobri-los) podia ser correlacionada com a idade relativa de cada artefato. Ou seja, um artefato descoberto no fundo da trincheira podia ser imaginado como sendo mais antigo do que um artefato descoberto pouco abaixo da superfície. Com isso, surgiram os primeiros métodos arqueológicos. Em 1819, Christian Thomsen propôs um sistema para classificar artefatos pré-históricos que ele distribuiu em três idades: idade da pedra, do bronze e do ferro. Assim, nasceu a arqueologia como ciência."

Percebemos que a arqueologia é uma aventura; é também saudável curiosidade intelectual e, de fato, é a ciência que escava, cataloga, mede, descreve e analisa artefatos e objetos do passado. Existem diversos ramos da arqueologia como, por exemplo, a arqueologia antropológica, a arqueologia clássica (que se interessa pela antiguidade grecoromana), e a arqueologia bíblica e cristã. Essa distinção entre arqueologia bíblica e cristã é importante, pois os pesquisadores estão geralmente interessados em ver como essa ciência pode confirmar o relato bíblico, enquanto que o interesse da arqueologia cristã é desvendar a História do Cristianismo, independente de suas descobertas confirmarem, ou não, o relato bíblico.

A arqueologia bíblica pode ser entendida como um exame de artefatos antigos, outrora perdidos e hoje
recuperados, que se relacionam ao estudo das Escrituras e à caracterização da vida nos tempos bíblicos.

É verdade que existem correntes teológicas para as quais o que vale é a palavra e nada mais que a palavra, “Mas como se poderá compreendê-la”, questiona o Prof. André Parrot, arqueólogo francês, “se não se puder encaixá-la no seu preciso quadro cronológico, histórico e geográfico?”

A arqueologia também tem auxiliado a estabelecer a exatidão dos originais gregos e hebraicos e a demonstrar que o texto bíblico foi transmitido com um alto grau de exatidão. Assombrosos e incalculáveis por sua profusão, esses dados e descobertas aos poucos vão modificando a maneira de considerar a Bíblia. Para muitos, ela é simplesmente uma história piedosa, testemunho de crença para os cristãos de todo o mundo. Na verdade, ela é, ao mesmo tempo, um livro de acontecimentos reais. Vejamos alguns exemplos preciosos, onde o arqueólogo Walter Kaiser enumera as descobertas abaixo relacionadas como sendo as dez mais importantes da arqueologia Bíblica:

1. Os amuletos de Ketef Hinnon, contendo o mais antigo texto do Antigo Testamento
(séc. VII a.C.);


2. O Papiro John Rylands, contendo o mais antigo texto do Novo Testamento (125 A.D.);


3. Os manuscritos do Mar Morto;


4. A pintura de Beni Hasan, revelando como era a cultura patriarcal 19 séculos antes de Cristo;

5. A estrela de basalto de , descoberta em 1993, que provou, sem sombra de dúvidas, a existência do rei Davi;

6. O tablete 11 do épico de Gilgamés, descoberto, em 1872, por George Smith, que provou a antigüidade do relato do dilúvio;

7. O tanque de Gibeão (mencionado em 2 Samuel 2:13 e Jeremias 41:12), descoberto em 1833, por Edward Robinson;

8. O selo de Baruque, descoberto em 1975, provando a existência do secretário e confidente do profeta
Jeremias;

9. O palácio de Sargão II, rei da Assíria mencionado em Isaías 20:1, descoberto em 1843, por Paul Emile Botta, de cuja existência os historiadores seculares duvidavam até essa descoberta;

10. O obelisco negro de Salmaneser.


Em outras postagens, poderemos detalhar estas descobertas. Todavia, não se deve ser dogmático em declarações sobre as confirmações da arqueologia, pois ela também cria alguns problemas para o estudante da Bíblia. Por exemplo: relatos recuperados na Babilônia e na Suméria descrevendo a criação e o dilúvio de modo notavelmente semelhante ao relato bíblico deixaram perplexos os eruditos bíblicos. Há ainda o problema de interpretar o relacionamento entre os textos recuperados em Ras Shamra (uma localidade na Síria) e o Código Mosaico. Pode-se, contudo, crer que respostas a tais problemas virão com o tempo pois, até o presente, não houve um caso sequer em que a arqueologia tenha demonstrado, definitiva e conclusivamente, que a Bíblia estivesse errada.